domingo, 5 de setembro de 2010

As "Bobagens" de um ALENTEJANO 2

Poesia Alentejana


Tava eu a tirar moncos

cá da cana do nariz

quanto fazia uma mija

assim tipo chafariz


Tinha a bexiga tã chêia

que fiquê lá uma hora

quando me assomê em volta

tinha ido tudo embora

Sacudi o coiso e tal

enquanto coçava a bilha

de tal manêra atascado

que o entalê na braguilha

tirê as botas do lodo

que fizera na mijada

sacudi tamém as calças

sempre com ela entalada

pedi ajuda à Ti micas

que cerca dali morava

mas depilou-me os tomates

a força com que a puxava

ensanguentado na pila

fui aos tombos pelo monti

vomitando quasi as tripas

nã sêi se queres que te conti

comera dôs pães de quilo

e bebera um garrafão p'rajudar a empurrare

na admira que tivesse

três horas a vomitare

Detê-me na palha fresca

para ver se descansava

enterrê-me logo em bosta

de uma vaca que passava

E foi assim que essa tarde

conheci um caracole

os dois deitados na palha

co's cornos a secare ao sole

porque esta vida é tão dura

por aqui p'lo Alentejo

dêxa cá dormire um pôco

vamos soltando um bocêjo



(Poesia que alguém me enviou)

Sem comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...